quarta-feira, 21 de julho de 2010

Os deficientes e Portugal

Neste momento, em Portugal, todos andam preocupados com a crise, os casamentos homossexuais, etc. . Mas ninguém se preocupa com algo ainda mais importante. Nos autocarros, no metro, nas escolas… Nada é feito para respeitar os direitos dos deficientes. E convém ver que eles constituem mais-ou-menos 4% da população…
Eu nunca tive problemas em dizer a palavra deficiente. É como substituir excesso de peso ou obesidade por "forte", velha por idosa… Têm exactamente o mesmo significado, mas mesmo assim não as conseguimos dizer. A ofensa está no tom de voz e na maneira como é dita, não na palavra em si. Mas parece que nos estamos sempre a esquecer disso.
Seja como for, a população deve preocupar-se seriamente com isto. Por todo o lado, cada vez que vêem um ou uma deficiente, acham-no(a) logo um coitadinho, um desgraçado, um atrasado mental… Tudo resultado da falta de informações e da mentalidade generalizada, que os pais fazem questão de transmitir aos filhos, porque são ignorantes.
Pois isso é uma grande mentira! Evidentemente, existem casos e casos. E alguns são muitos maus. Mas para aí metade dos deficientes têm muitas capacidades. Neste caso, já não me refiro às pessoas que nasceram normais mas que depois tiveram, imaginemos, um acidente de carro e passaram a ter de andar de cadeira de rodas. Refiro-me às que já nasceram deficientes.
No entanto, descriminamo-las e gozamos com elas, falamos delas nas suas costas. Muitos deficientes podem, se lhes derem oportunidade disso, cozinhar, limpar, serem responsáveis por si próprios, trabalharem até, desde que o trabalho exija coisas mais avançadas da escola. E casar, por exemplo. No fundo, muitos conseguem fazer quase tudo o que nós fazemos, mesmo que, no princípio, tenham algumas dificuldades. E têm tantos direitos como nós.
Assim, do meu ponto de vista, devemos passar a tratá-los como iguais, sem termos vergonha de dizer a palavra deficiente e dando-lhes os mesmos direitos que damos a nós próprios.

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